sexta-feira, 11 de abril de 2014

Numa noite chuvosa





Numa noite chuvosa

Numa noite chuvosa
Perturbadoras são as lágrimas que caem dos olhos
Os pingos de chuva gélidos que transpassam a janela entreaberta
E ainda porém sentado em uma cama escrevendo
Permaneço-me quase imóvel relembrando os tempos passados
Em que os campos verdes
Onde a grama ainda molhada estremecia com o vento ao seu toque
Tempos alegres que agora perdidos, onde os céus
Azuis quanto os olhos da mais bela deusa do amor
Enegreceram-se ao comtemplar o funeral da vida

As nuvens brancas tornam-se escuras
Carregando a chuva de sangue que
Em sonhos sombrios e melancólicos
Cobriram a minha pele pálida e morta
Mas em meio a esses sonhos eu acordo
Pegando-me com ilusões de uma senhorita distante
Com lábios valiosos e intocáveis
Sua alma pura que me aconchega em palavras doces
Tão doces quanto o mel mais doce...

Numa noite chuvosa
Os trovões cantam
Uma doce melodia a qual me entristece
Talvez sejam zombarias de um anjo decadente
A qual eu poderia servi-lo com orgulho
Darei a ele minha alma errante para tê-la em meus braços
E que seu corpo puro me aqueça dos pingos de chuva gélidos quanto a minha alma

Meu coração enegrecido com a desordem mundana
É talvez ressuscitado a cada dia para que a próxima vez
Seja finalmente morto por um salto de vidro
E que meus lábios neste dia toque as bordas de uma caneca de cerveja gelada
Feliz seria esse dia, pois morrendo em suas mãos, eu sentiria o seu beijo
E o toque da formosa morte...

Numa noite chuvosa
As estrelas escondem-se
Como irei me guiar até você?
Terei eu a benção da lua solitária?
Solitária assim como eu...
Observando assim de longe sua alma amada
Temo que, vós me abandonaste em meio a deserto congelante
Numa noite chuvosa e tenebrosa
Clamando a sua mão e seu amor que outrora foram meus...
Mas nessa cama, a qual eu escrevo na escuridão estes versos
Com a luz de uma vela criando sombras difamadoras
Eu lentamente fechos os meus olhos, sentindo a frieza da solidão...
Numa noite chuvosa....
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