quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

O fim de Semana de Mark Davis



Bom, olá leitores. Provavelmente alguns devem estar esperando que eu continue o ultimo conto, bom, eu estou tentando escreve-lo, mas não estou tendo muita cabeça pra escrever sobre ele, fora também que estou sem ideias (é o que dá ficar bebendo café a noite escutando deathcore). Bom, eu vou postar esse aqui, que até tem um final, e ele foi um trabalho de português que fiz pra escola a algum tempo, e me dizem então se querem que eu continue esse conto que eu vou postar agora, ou o outro conto que havia postado primeiramente, mas também poderia continuar os dois, isso vai de critério de vocês ok? Por favor, comentem o que achou da história, se querem ou não que eu as continue, deem opiniões de trama, e etc. Bom, vou parar de enrolar, e deixar aqui um conto que era pra ser uma comédia... Ah, e mais uma coisa, antes que comentem que eu peguei este conto de outro blog, que não me lembro mais qual era o nome, e a unica coisa que eu postei nele era o "O fim de semana de Mark Davis", o blog era meu, a história é minha, eu apenas me esqueci da senha do blog e criei este, enfim, sem mais demora...




O fim de semana de Mark Davis
Oi, meu nome é Mark Davis, estou no primeiro colegial e estou gravando um trabalho para minha professora de sociologia, o trabalho é sobre como nós agimos perante a sociedade moderna, então, o que há de melhor do que eu gravar o que acontece comigo 24 horas por dia? Bom, só para começar, eu devo explicar uma coisa, eu moro com meu irmão mais velho Richard, ele tem 24 anos e se deu bem na vida, seu trabalho, desenhista técnico de uma empresa de estofados, não é grande coisa, mas é um bom emprego, ele ganha bastante dinheiro, e logicamente, ele dá uma parte pra mim. Mas não moramos sozinhos, dividimos um apartamento com mais dois caras, um headbanger pirado chamado Tom, e faz faculdade de artes visuais, então o apartamento está cheio de pinturas e esculturas que para mim não fazem sentido algum. Um exemplo? Ele esculpiu uma mulher nua sem os braços e a cabeça, ainda não entendo porque, mas ele disse pra mim que a mulher perfeita é a mulher que não tem cabeça para falar demais, e nem braços para te bater, só precisa de um belo par de seios e... Bom, o resto você já compreendeu.
Esse foi o começo, da minha tarde após a escola, eu abro a porta do apartamento do meu irmão, e há um cheiro muito grande de cigarros e bebida barata, no sofá, largado como se fosse um mendigo fétido, está Tom, ele está escutando uma musica muito deprimente.
- Tom o que houve?
- Se lembra da Gabriela?
-Sim o que tem ela? Ah, entendi, ela terminou com você né...?
-Não, dormindo jogada que nem uma salsicha no chão do meu quarto.
-Salsicha...? Esquece, prefiro não saber o porquê de ela estar assim. Mas enfim, por que você está todo dark soturno no sofá e cheirando a vomito e a bebida barata?
-Eu não sei, acho que ela está me traindo.
-E porque você acha isso?
-Bom, é que-
Tom é interrompido e Eric entra pela porta segurando um x-Burger cheio de bacon. Esse é o outro cara ao qual meu irmão e eu dividimos o apartamento, nós nunca sabemos o que ele é realmente, ele sempre aparece de formas diferentes, ontem mesmo ele estava vestido como se fosse o James Bond. Ele nos encara por uns momentos, dá uma mordida e continua nos encarando, chega a dar medo por causa de seu gorro preto e cabelos longos e pretos, seus olhos vazios sempre encarando-nos, e suas roupas punks rasgadas e com bottons de bandas anarquistas demonstram que ele é um tanto revoltado.
-Querem um pedaço? –Diz Eric.
-Passo –Respondo –O Tom está deprimido, ele acha que a Gabriela está traindo ele. Você entende dessas coisas?
-Sim, claro que sim. Na faculdade fui traído muitas vezes por garotas.
-Mas você nunca fez faculdade.
-Não? Nossa, é por isso que estava procurando e não tinha achado. Mas vou ser o psiquiatra dele hoje, ele tem sorte, não vou cobrar nada.
-Ótimo, então fala com ele, eu tenho que passar a primeira parte do meu trabalho em vídeo para o computador.
-Legal, sobre o que é? –Pergunta Eric.
-Como agimos perante a sociedade moderna, decidi me filmar e mostrar como eu interajo com as pessoas e essas coisas.
-Irado, mas acho que você esqueceu-se de uma coisa importante.
-E o que é?
-Me empresta a câmera aí e você vai ver.
Eu entrego a câmera para Eric e ele a segura e começa a filmar a sala toda bagunçada, garrafas jogadas ao chão, e encima da mesa de centro um monte de comida, batata frita, pizza pela metade, e essas coisas. Eric volta a câmera para seu rosto, e solta um grande sorriso mostrando seus dentes totalmente brancos e arregalando seus olhos, devo admitir, eu o estava vendo de longe e ainda em perfil, e mesmo assim aquele sorriso foi macabro demais e chegou a me dar calafrios.
-Olá mortais que verão este vídeo... Eu sou o príncipe das trevas. Eu sou-
Antes de ele completar o que ia dizer eu consigo tirar a câmera da mão dele. Sigo para o meu quarto e fecho a porta, ao menos o meu quarto estava em perfeitas condições, cama arrumada, meus pôsteres de animes todos no lugar, minhas figuras de ação estão todas encima a prateleira, e meu notebook encima da mesinha em que eu sempre passo as minhas noites e minhas tardes. Sim, você se pergunta agora “Você não sai de casa?”, não eu não saio de casa, não há nada para fazer fora da minha casa, não, corrigindo, o meu apartamento, corrigindo mais uma vez, o apartamento do meu irmão. Ainda não estou me acostumando a morar com ele, é tão estranho, um dia você é um aluno promissor em uma cidade pequena e industrial, e então, de uma cidade pequena voltado sempre para o lado industrial, você acaba dentro de um apartamento com três homens pirados, e ainda assim, em uma cidade pequena voltada para o lado industrial, a vida é irônica, é como se fosse um grande bolo, você come e come, ele é delicioso, e então, quando você se vê está trancado dentro do banheiro com dor de barriga das mais intensas possíveis. Eu me sento na cadeira em frente meu notebook, coloco o cabo USB da minha câmera e abro sua pasta onde estão os vídeos, eu os passo para o notebook, eu abro a pasta onde está as fotos, são dezenas de fotos, todas elas do verão em que passei no interior viajando com meus pais, a primeira de todas as fotos é a do meu irmão cavalgando em um cavalo pequeno, logo após isso é uma foto do cavalo correndo atrás dele , e logo após essa foto ele tropeça nos cadarços do tênis e cai encima das fezes do cavalo, eu ria muito nesse momento, sua namorada Alice não conseguiu beija-lo o dia todo, ela sempre dizia que ele estava cheirando a estrume. Continuo passando as fotos, e logo tem uma foto minha ao lado de um palhaço em um parque de diversões, eu sempre tive medo de palhaços, eles são assustadores com aquela maquiagem toda e aquele sorriso pervertido que eles tem, eu estava tão nervoso com esse palhaço que acabei peidando, e sem perceber, por ironia do destino querendo me sacanear, Jessica estava atrás de mim amarrando o tênis, não devo dizer o que aconteceu depois disso, aquilo foi tão constrangedor que corri para dentro do banheiro químico e fiquei por lá o dia todo. Jessica se quiserem saber não é aquela garota patricinha ao qual todos os meninos caem encima dela ficando excitados sempre que ela os encara, ou do tipo de menina que seria o ídolo sexual de todos. Não, ela é uma menina gentil e doce, meiga... Agora já está bom, ou eu vou acabar ficando meloso e isso não é bom. Coloco uma musica do System Of A Down para começar a editar os vídeos, mas logo que começo a edita-los eu não consigo, Jessica está na minha cabeça, e vai ser difícil de ela sair. Batem na porta, eu me levanto para ver o que é, eu abro e é meu irmão segurando uma lagosta azul na mão.
-Olá garotinho bicha, eu vim devorar seu cérebro para enfim minha raça dominar o mundo! –Diz meu irmão segurando a lagosta no rosto pelas garras.
-Há, muito hilário Richard, fala logo o que você quer porque eu estou ocupado.
-Ah sim, é claro que está não é irmãozinho? Você está na puberdade, o corpo está mudando, pelo está começando a nascer no seu peito, os hormônios estão em alta, o sangue circula mais no seu pênis e você começa a se masturbar. –Ele olha para cima com um sorriso orgulhoso relembrando de sua adolescência –Bons tempos...
-Mas que nojo, eu não estava me masturbando. Fala logo.
-Ah, claro, estava me esquecendo, preciso que vá comigo no mercado.
-Por que eu? Chame o Tom ou o Eric.
-Eles saíram logo após que a Gabriela saiu, o Tom parece estar deprimido, ele parecia o Kurt Cobain, só precisa comprar uma espingarda e atirar na própria cabeça. Bom, vamos logo.
O caminho ao mercado é longo, meu irmão ficou o tempo todo falando de como o trabalho dele é chato, ele usa uma calça social e tênis de marca de skatista, sua camisa social branca está sempre pra fora da calça, seu cabelo curto e arrepiado está até brilhando com o sol devido a quantidade de gel que ele passou, seu paletó está aberto, a gravata está torta, acho que dentro da daquele apartamento eu sou o único menos bizarro e desleixado. Chegando ao mercado pegamos um carrinho, todos nos encaram, eu não gosto disso, mas não os culpo, um homem de 26 anos com terno todo desarrumado como se tivesse chegado de uma noite de festa andando pelo mercado com um garoto de 15 anos com uma camisa do lanterna verde, uma calça preta e um tênis converse sem cadarço, o cabelo também preto todo despenteado, me pergunto se eles acham que somos mendigos. Eu pego a câmera de que está em meu bolso e começo a filmar eu e meu irmão no mercado, coloco ela apontada ao meu rosto e começo a dizer o que estamos fazendo, mas não demora muito e meu irmão para na sessão de absorventes.
-Cara, porque diabos você parou aqui?
-Porque aqui passa muito mulher gostosa meu irmãozinho, quem sabe uma delas não passam com uma irmãzinha que está na puberdade e se masturbando para você enfim afogar o ganso.
-Afogar o ganso? Como assim? –Sinceramente, eu imaginei eu e uma garota de 15 anos ao meu lado afogando um ganso em um lago, sabe, pegando sua cabeça e colocando debaixo d’agua e... Bom, você me entendeu.
-Você sabe irmãozinho, afogar o ganso, dar uma molhada no palhaço, ir até Jesus... Conhecer o paraíso...
-Ainda não te compreendo.
-Puta merda, eu estou querendo dizer sexo, transar, pegar a garota de jeito e mandar a ver na cama, me entendeu agora?
-Ah, entendi, e porque eu faria isso com uma estranha? Se fosse para mim transar deveria ser com uma garota que eu amo.
-Meu deus! Garoto, você é gay? Assim você vai ser um virgem pelo resto da vida, olha lá, uma mulher passando, aprende com o mestre.
Meu irmão se aproxima da pobre mulher inocente, ela está pegando um absorvente e vendo seu preço, meu irmão logo fica ao lado dela com uma cara inocente e de cachorro carente.
-Olá bela senhorita, pode me dizer onde fica os cereais, preciso comprar umas barras energéticas pra correr mais tarde, malhar um pouco, sabe como é né, sempre querendo manter o corpo em forma.
-Ah, claro, é virando aquele corredor ali –Diz a mulher apontando para frente.
-Obrigado, mas assim... Me leve até lá, eu sofro de um transtorno e acabo me perdendo fácil, não é legal.
-Está bem, eu levo, vem. –Então pegando no braço do meu irmão ela o leva para o tal corredor, ele me olha e então sai
Eu fico esperando-o no corredor, é muito estranho, você um garoto em um corredor com cores afeminadas com várias pessoas passando e te encarando, uma menina passa e me encara sorrindo, essa é a minha chance de parecer mais descolado, o carrinho está a meio metro na minha frente e vou me apoiar eu acabo caindo no chão e batendo a cabeça, logo acordo com uma voz feminina dizendo o meu nome. –Mark? Mark...? –Era o que a voz dizia. Abro meus olhos e vejo pequenos olhos azuis esverdeados me encarando, um cabelo louro com mechas lilases caindo sobre minha testa, uma pele branca como uma tela de pintura, e algumas sardas no rosto.
-Oi... Que... Quem é você?
-Você não está me reconhecendo? Sou eu... A Jessica. Da antiga escola.
-Ah, Jessica, aquela do parque de diversões né?
-É, você... Peidou na minha cara.
-Verdade, sinto muito por isso.
-Não tem problema.
Como assim não tem problema? PORRA! Eu peidei na cara da menina mais bonita e sexy da escola, e ela aparece assim do nada falando que não tem problema? Mas que mundo é esse?
-O que está fazendo por essas bandas? –Meu deus, eu pareço um caipira falando.
-Eu acabei me mudando, minha mãe arrumou um emprego nessa cidade, ainda é estranho, não conheço ninguém. O que você está fazendo aqui?
-Bom, eu estou caído com a cabeça no seu colo, você segurando a minha mão... Oh droga, você se referia a cidade né? Perdão.
-Está tudo bem –Responde dando risadas. –Mas Você ainda não me respondeu.
-Tem razão, perdão. Eu me mudei pra cá a pouco tempo, ganhei uma bolsa pra estudar de graça em uma escola daqui, peguei logo química, é bem interessante, de vez em quando alguém brinca com as soluções erradas  alguém se queima com algum tipo de ácido. É bem legal.
Jessica ri mais uma vez. Meu irmão ressurge mais uma vez do corredor, ele está trazendo algumas barras de cereais na mão e a mulher do seu lado está marcando alguma coisa em um papel e lhe entregando, ela olha para Jessica.
-Jessica? O que está fazendo?
-Nada mana. –Então me solta fazendo a minha cabeça bater no chão de novo.
-Quem é essa? –Pergunta meu irmão.
-Essa é a minha irmã, e quem é esse mocinha? É seu namorado?
-Não esse é o Mark, da minha antiga escola, aquele inteligente.
-Ata, o nerd que peidou na sua cara no parque de diversões.
-É... Esse mesmo.
Espera, eu entendi isso direito? As pessoas só lembram de mim por ter peidado na cara da menina? Isso não é algo muito legal, é constrangedor.
-Bom, vamos, eu já comprei o que tinha que comprar.
Elas saem do corredor me deixando no chão frio sentado como um pobre coitado, meu irmão me ajuda a levantar e então vamos para o caixa, passamos todas as coisas que compramos e vamos embora. Meu deus, como o mundo é pequeno, eu estava pensando na Jessica, e magicamente ela aparece em um mercado na sessão de absorventes e por ironia eu caio no chão, e acordo nos braços dela, parece um conto de fadas se for ver bem, ou algum tipo de comédia romântica, caramba, estou falando como uma menina apaixonada, espera, apaixonada? Paixão? Eu não compreendo isso, então não sei como é, a única coisa que eu sei sobre amor e paixão é que as pessoas ficam retardadas, e ilógicas.
Voltando do mercado dentro do carro meu irmão começa a falar.
-Quem era a garotinha lá no mercado?
-Uma amiga da outra escola, por que?
-Ela é bem gostosa, você vai comer ela?
-Não seja tão grosseiro Richard, ela é uma garota respeitável.
-É e você parece um gayzinho falando assim, duvido muito que ela não já brincou com aqueles peitinhos no peruzinho de algum menino aí.
-Por deus Richard, não fale mais assim.
-Ta bom, mas a irmã mais velha dela é muito gostosa, eu vou comer ela. Ela me passou o número dela, pega aí dentro do porta luvas.
Eu abro o porta luvas e tiro de lá um pedaço de papel, nele tinha um número de telefone, meu irmão pegou o papel e guardou no bolso do paletó. Chegando em nosso apartamento não havia ninguém por lá, era estranho isso, mas não liguei e então fui para o meu quarto editar os vídeos, mas quando fui pegar a câmera no meu bolso ela não estava lá, procurei por todo o meu quarto, fui até a cozinha verificar se estava em uma sacola de compras, e nada. Perguntei se estava com ele, ele disse que não, mas estava muito concentrado no telefone, perguntei com quem ele estava falando, e ele disse que era com a irmã de Jessica, Clarisse, segui para o meu quarto e me joguei na cama, eu estava realmente ferrado sem a câmera, não havia a mínima ideia do que fazer em relação ao trabalho, bom, tinha a opção de escrever uma redação conforme passasse os meus dias, e foi o que fiz, peguei uma folha de papel e comecei a escrever, não poderia escrever no meu notebook pois não havia impressora ou qualquer tipo de pen drive para passar para ele e então imprimi-lo, cara, como isso é deprimente. Escrevi quatro folhas e tudo o que saiu foi como os meus amigos de apartamento são nojentos e ainda assim, engraçados e como se fossem parte da minha família. Já estava tarde, meu irmão me chamou para jantar, ele poderia ser um idiota tarado mas sabia fazer uma boa comida, ele fez aulas de culinária com 12 anos, mas seu objetivo não era aprender a fazer uma boa comida, ele estava mesmo por lá para poder conseguir pegar algumas garotas. Na sala estavam a dupla de retardados que eu mais respeitava no mundo, Tom e Eric, eles estavam comendo e assistindo filme de terror, e a cada cena de morte eles riam como se estivessem vendo um filme de comédia, no começo achei que eles estavam enlouquecendo e virando sádicos, mas quando fui ver melhor o filme, era um filme antigo com umas mortes bem miseráveis, um exemplo: Uma mulher estava sendo estripada e o assassino tirando seus intestinos, sim, era pra ser uma cena bárbara e horrível, mas quando você olha percebe que a mulher é um manequim de loja de roupas e sua barriga aberta está sendo retirada linguiças de supermercado.
Volto para o meu quarto com o meu prato de comida, refeição de hoje: uma espécie de macarrão ao óleo e alho acompanhado de pedaços de bacon e lagosta. Estava realmente magnífico, coloquei alguns animes para ver no meu notebook, logo desliguei para dormir, não estava com cabeça para esse tipo de coisa. Deitei-me na cama umas 2:01 da manhã, não tirava Jessica da cabeça, e isso está me irritando pra caramba, pego os meus fones de ouvido e começo a escutar algumas musicas, logo adormeço. Acordo já era bem tarde, já passava das duas horas da tarde, ainda estava com a calça do pijama e uma camisa azul sem desenho nenhum, meu cabelo estava todo despenteado e eu procuro algo pra comer e tudo o que consigo achar é só um monte de cereal velho, bom, não faz mal nenhum come-los certo? Sentei-me no sofá e ligo a TV e assisto alguns documentários sobre vulcões, é fascinante quando você mora longe deles. Eric aparece ao meu lado simplesmente do nada, eu me assusto e começo a gritar como uma menininha. Ele não estava normal, estava comendo cereais e estava vestido como um hippie e usava óculos rosas na mesma armação de Harry Potter.
-Como que vai brother? Só na paz e amor? –Faz sinal de paz e amor com os dedos olhando para mim como se fosse um hippie drogado. Espera. Ele era um hippie, só não sei se ele estava drogado.
-Oi... Eu estou bem... Eu acho...
-Irado... –Responde.
-Eric, sabe onde está o meu irmão e o Tom?
-O Tom está dormindo ainda, ele pintou até tarde, parece que vai se suicidar, veja os quadros que ele fez.
Eu olho em volta e não vejo nenhum quadro novo.
-Não tem nenhum quadro cara, só os mais antigos dele.
-É por isso mesmo, ele não pintou nenhum.
-E porque disse que ele pintou?
-Eu disse isso?
-Sim, disse.
-Nossa cara, que viaje inexplicável...
Nesse momento eu tinha absoluta certeza de que ele estava... “doidão”. Ficamos passando o tempo juntos assistindo televisão e eu ouvindo ele dizer filosofias sobre a vida, mas nada do que ele dizia fazia sentido, na maioria das vezes ele nunca terminava o que dizia. A porta se abriu e meu irmão entrou todo suado vestindo uma bermuda leve, e uma camisa regata branco.
-O que foi Richard? Por que está todo suado?
-Tive que voltar correndo pra casa, o meu carro foi roubado. –Diz Richard.
-Brother, relaxa, quando a nave mãe vier nos buscar não vamos mais precisar de bens materiais. PORQUE! Todos nós somos obedientes ao todo poderoso, que dirige a nave mãe divina brother, eu posso até ouvir ela chegar cara, ioooon, zuiiiiiin, shuuuu.... –Responde Eric.
-Mas que... que droga é essa?
-Não sei, eu acordei assim e ele já estava desse jeito falando bobagens. –Digo eu.
-Bom, tudo bem, eu vou tomar banho, aquela gostosa do mercado irmã da peitudinha vai vir aqui pra gente sair.
Meu irmão segue ofegante para o banheiro, mas antes de chegar até lá ele cai no chão e pede para que eu o leve, eu, como um bom irmão mais novo o peguei pelas pernas e o levei para o banheiro, o deixei jogado embaixo do chuveiro e liguei, saí de lá e logo voltei para sala, e dessa vez quem estava jogado no chão é o Eric. Não liguei muito, muitas pessoas ficariam preocupadas em ver se ele estava bem, mas ainda podia ouvir seu ronco então apenas o pulei e me sentei no sofá, coloquei meus pés encima dele e os cruzei como um cara vagabundo narcótico faria. Devo admitir uma coisa, naquele momento me senti o cara mais descolado do mundo, tirando a minha calça do pijama do Batman e minhas pantufas do Hamtaro estava tudo ok, eu era descolado dentro da minha área, o apartamento, eu era o rei, bom, depois do meu irmão é claro. Meia hora se passou e eu ainda estava sentado no sofá com as minhas pernas sobre Eric, a campainha é tocado e eu vou ver quem é, abro a porta e é Clarisse, ela estava linda, usava um vestido azul escuro, quase preto, usava uma bolsa preta e seu cabelo estava ondulado, era uma visão magnifica, mas logo aparecendo atrás dela aparece Jessica. Eu arregalo meus olhos, ela não poderia nem fodendo me ver assim, eu estava ridículo, parecia... Uma criança, sei lá, mas eu era uma criança descolada no meu mundinho.
-Oi, seu nome é Mark, né?
Ainda paralítico respondo balançando a cabeça positivamente.
-Bom, seu irmão me chamou pra sair, ele está?
Mais uma vez eu respondo que sim balançando a cabeça.
-Pode chama-lo, pra mim?
Eu saio correndo da frente da porta e então vou para o banheiro, meu irmão está deitado ainda de baixo do chuveiro roncando, eu o chuto com força na costela e ele acorda, digo a ele que Clarisse está na porta esperando-o, ele levanta correndo e se dirige até o quarto e tira sua roupa toda molhada, eu corro até o meu e me visto um pouco mais decente, pego dentro do meu guarda roupa uma camisa do Fairy Tail branca, coloco uma calça jeans azul escura desbotada, e coloco meias listradas pretas e roxas, e coloco um tênis all star vermelho, penteio o meu cabelo com a mão bem rapidamente. Corro para a sala e vejo Jessica sozinha encarando Eric no chão dormindo, pergunto onde estão os nossos irmãos e ela responde que acabaram de sair todos apressados, eu digo a ela para se sentar no sofá, e ela com dificuldade se senta manobrando seu caminho até lá com Eric jogado no chão.
-Então... Mark, o este é o seu apartamento?
-Sim. Bom, é na verdade do meu irmão. Mas... O que você está fazendo aqui a essa hora?
-Se lembra do nosso encontro no mercado?
-Claro que sim, nunca vi repetirem tanto que eu peidei no seu rosto em um só dia.
-Então... –Responde Jessica envergonhada –Você deixou a sua câmera encima do caixa, e eu vim lhe entregar ela.
-Obrigado. Mas... Você viu alguma coisa gravada aqui?
-Não. Por que?
-Ata, nada não, nada...
Sinceramente eu fico feliz por ela não ter visto nada da câmera, porque no dia que eu peguei a câmera da minha mãe, sim, essa câmera é da minha mãe, eu resolvi testar ela me filmando cantando System Of A Down. Mas então vocês perguntam: E por que isso seria um problema? E eu lhes respondo: É por que não seria legal se a garota que você é super a fim te visse cantando vestido de Pikachu. A porta de Tom se abre, e ele vem até a cozinha totalmente nu, com algumas manchas de tinta no corpo, ele abre a geladeira e pega uma garrafa de vodca e depois abre o armário e pega algumas batatas fritas. Ele se vira e nos encara.
  -Vocês querem? São as ultimas, não me importo de dividir.
-Bom a gente-
-Eu não vou dividir, nada eu comprei, e são todas minhas! –Diz tom saindo nu, com seus olhos todos arregalados.
-Jessica, vamos sair daqui, acho que você não vai querer ver isso de novo.
-É... Não, não mesmo.
Nos levantamos do sofá e saímos do apartamento, vamos até uma praça perto do prédio, ficamos andando por lá e conversando sobre coisas idiotas, conversamos também como foram nossos anos escolares, ela ficou falando dos namorados idiotas que ela teve, e perguntou sobre os meus relacionamentos. Digamos assim que meus relacionamentos não foram muito bons, quem é que iria gostar de alguém como eu? Eu só consegui beijar uma garota por causa que eu paguei ela, bom, mais ou menos, ela queria que eu fizesse o trabalho de física dela, e em troca ela me beijaria, feito isso, ela me beijou e eu me senti o rei do mundo. Mas no fim voltei a ser como eu era sempre. Andando pelos pequenos caminhos que tem nessa praça, um homem passa correndo me fazendo cair na grama, eu o xingo.
-Seu babaca, olha pra onde anda!
O homem volta e me encara.
-O que foi que você disse garoto?
Sem eu ter tempo para responder Jessica intervém.
-Seu babaca, foi isso que ele falou, e você vai fazer o que agora? Vai bater nele?
-É! É isso que eu vou fazer.
Quando o homem vai me dar um soco, Jessica o acerta com muita força no nariz quebrando-o, foi um soco daqueles se é que me entendem, eu consegui até ouvir o nariz do homem quebrar, ele sai correndo falando que não ia ficar assim, que iria me pegar e me dar uma boa surra, e que era uma promessa.
-E não volte nunca mais aqui! –Responde Jessica. –Você está bem Mark?
-Sim, eu estou bem sim, obrigado por me proteger. –Jessica me ajuda a levantar.
Obrigado por me proteger? Mas que droga, eu estou parecendo uma menina agora, se um dia eu e ela nos casarmos eu estarei vestido de noiva, bom, e se ela me pedir em casamento tem que me impressionar, sabe, ser romântica... Essas coisas. E o casamento tem que ser bem bonito. Meu deus, se transarmos eu vou acabar sem meu pênis e no lugar estarei com uma vagina. Continuamos andando e chegamos até uma grande fonte onde ela estava colorida, a água jorrava para cima como se fosse um gêiser, ela nunca havia visto algo parecido e então ficou impressionada, mas eu não encarava a fonte, eu encarava a Jessica, seus olhos admirados pelas luzes da fonte, ela estava perfeita, espera, ela sempre é perfeita, ela nunca me olhou com ódio ou repugnância, isso é realmente atraente nas mulheres. Ela se virou para mim e me encarando, meu coração simplesmente disparou, aquele sorriso, não sei explicar, vou verificar os meus status atuais, mãos suados, meus lábios provavelmente estão um pouco mais vermelhos, o meu coração está disparado, e eu sinto uma grande ansiedade em... Em... Em beija-la. Eu me aproximo dela para beija-la, mas quando meu lábio vai ficar próximo ao dela, alguém a chama e ela vira seu rosto e dá uma passo para trás, e acabo beijando o vento. Fico parado por uns instantes fazendo biquinho ao vento, abro os meus olhos e vejo meu irmão agarrado com a irmã de Jessica, ela a está chamando para ir embora. Ela se despede de mim, quando ela se vira eu tenho um ataque histérico olhando para céu perguntando se deus me odeia, quando ela se vira para me olhar eu paro, e abaixo a cabeça, mas surpreendentemente ela volta correndo e me beija na boca, é um beijo demorado sem língua. Ela volta e diz tchau, me deixando sozinho na praça vendo-as irem embora dentro do carro, meu irmão fica logo depois ao meu lado, ele coloca a mão em meu ombro enquanto eu ainda fico chocado pelo o ocorrido.
-Ela... Ela realmente me beijou?
-Sim meu irmãozinho, e o que pretende fazer agora?
-Eu não sei... Acha que eu devo chama-la para sair algum dia desses?
-Claro que sim, mas leve camisinhas, aliás, abaixa mais a sua camisa e vamos pra casa, o seu Piu-Piu esta levantado e todo mundo pode ver.
Eu pego a minha camisa e tampo ele, mas não tinha nada levantado.
-Há, hilário Richard, muito hilário.
-Eu sei, agora vamos embora. Sabe meu irmãozinho. –Diz meu irmão caminhando ao meu lado. –Os bardos vão cantar sobre esse dia, foi épico, eu transei com a irmã da sua namoradinha, você foi beijado por uma peitudinha, talvez vai molhar o biscoito semana que vem. Fico imaginando como será essa canção. Uau, olha só, parece que foi ontem que você era um bebê, e a mamãe jogou sua frauda suja em mim só porque eu desenhei um pênis no rosto dela...
-Ainda não acredito que você fez isso.
-Eu fiz sim, te mostro as fotos mais tarde.
Nós seguimos para o apartamento, entrando lá Tom estava pintando Eric que ainda estava deitado no chão murmurando algo como “as flores de inverno estão brilhantes com a nave mãe que se deita sobre a cascata de sujeira da sociedade”, outra coisa que ele disse foi “o urso cor de rosa ainda está andando de monociclo? Nós vamos andar no mundo colorido pelo resto da eternidade cara”. É realmente muito estranho isso, pois... Tom ainda está pelado, mas nós simplesmente passamos e não ligamos, Richard para e fica observando o que Tom desenhou.
-Uma obra prima Tom, você se superou.
-Obrigado Rick!
Quando vou olhar o desenho a única coisa que vejo é um desenho de Eric caído no chão com uma cauda de gato e um monte de pequenos alienígenas encima dele. Eu sigo para o meu quarto e pego a câmera, sinceramente não vou fazer mais vídeo nenhum, vou mesmo é escrever uma redação.
Os dias se passaram, chamei Jessica para sair, meu irmão começou a namorar Clarisse, eu fui a escola e apresentei alguns vídeos e o pior de tudo em meio a essa apresentação, o meu irmão me sacaneou muito bem, o verme infeliz me filmou tendo um orgasmo dentro do banheiro. Mas tudo bem,  a redação que entreguei para a professora me salvou de ter uma nota baixa, Tom descobriu que Gabriela estava traindo ele, mas não era como ele pensava, na verdade ela só estava viciada em Guerra Nas Estrelas e Indiana Jones, era uma maneira de ficar mais perto dele já que ele adorava esses filmes, Eric se descobriu nesse movimento hippie, é de fato a cara dele, a única coisa que atrapalha é ele ficar chapado de maconha no apartamento. Vocês se perguntam porque Jessica e eu estamos namorando, bom, eu lhes respondo, como todos os namoros dela foram quase que totalmente grandes fracassos, eu era o príncipe encantado dela que sempre esteve lá e ela não percebia, é o típico de coisa que aconteceria numa comédia romântica, mas não foi o caso, ela só está namorando comigo porque estava cansada de namorar otários, ela de fato não me ama, eu acho, mas eu não preciso disso, eu tenho bonecos de ação do elenco todo do Jornada Nas Estrelas. Bom, acho que aqui que termina esse trabalho, agradeço por ter paciência.
“Vida longa, e prospera...”
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